sábado, 23 de outubro de 2010

NÃO às medidas de austeridade do governo capitalista ! Viva a luta dos trabalhadores, VIVA a GREVE GERAL !

Como previmos o "novo" Orçamento Geral do Estado (OGE) é uma poderosa ofensiva de recuperação capitalista, com consequências terríveis para a vida das famílias da população trabalhadora, a miséria social já existente vai se aprofundar e atingir níveis só comparáveis aos tempos da ditadura fascista de Salazar e Marcelo Caetano.

O 1º Ministro diz que "lamenta" as medidas de austeridade que anunciou para o "novo" OGE, o ministro das finanças diz que teve "dificuldade em adormecer, quando pensava nas medidas, mas se não as tomasse que era bem pior, porque então é que não dormia mesmo", que não tinham outras alternativas, estupefactos ficariamos nós se o governo capitalista tomasse medidas no sentido de penalizar e que obriga-se a burguesia capitalista a pagar a crise económica, a ruína e a miséria que está a provocar às massas trabalhadoras e provocou ao país.

A Comissão Europeia, congratulou-se e elogiou a coragem reaccionária e anti-social da politica do governo, a burguesia capitalista e financeira nacional não plenamente satisfeita com o pacote,(por isso diz que ele é mau) faz chantagem e determina aos seus partidos tradicionais P"SD" e C"DS"que vendam o seu voto bastante caro e só no último dia da aprovação do Orçamento, na esperança de se possa introduzir novas e mais medidas que satisfaçam os seus interesses e que façam cair totalmente e o mais rápidamente possível os custos da crise económica sobre os ombros do proletariado e da população pobre trabalhadora.
As diferênças ou possiveis divergências entre o governo e o P"SD" e o C"DS", para se aprovar o OGE, está apenas em saber, qual deles melhor consegue gerir o sistema capitalista e os que são mais capaz em ROUBAR o povo trabalhador.

O objectivo principal deste OGE, não é apenas de procurar reduzir o défice das contas públicas, com os cortes elevados na Segurança Social, na Saúde, na Educação, é fazer baixar também os custos do trabalho, reduzindo substancialmente os salários e desmantelar todos os direitos sociais dos trabalhadores, para que a burguesia capitalista possa ganhar uma nova capacidade competitiva, por isso, estão a colocar em causa o acordo sobre o mísero salário minimo nacional que concordaram com as direcções das centrais sindicais, que a ser congelado e reduzido pelo efeito do aumento dos impostos coloca as camadas mais baixas do proletariado numa situação social ainda mais degradada.

As camadas intermédias assalariadas do funcionalismo público e privado, que até aqui, vinham desfrutando de um nivel de vida social equiparado à pequena burguesia, são também fortemente atingidas pelas politicas de austeridade do governo capitalista, medidas essas, que não só lhes reduzem significativamente os salários e outros direitos sociais conquistados, como vão colocar no desemprego milhares de trabalhadores e com tendência para serem ainda muito mais penalizadas, visto, que segundo a opinião dos próprios economistas e comentadores ao serviço do capitalismo, tudo indica, que: a economia tenderá a agravar-se na próxima década, na medida, em que, não conseguem ultrapassar a perda de competitividade, a crise económica se mantenha e aprofunde e o capitalismo vá entrando na sua fase de declínio definitivo como sistema económico.

Assim, estas camadas assalariadas irão assistir inevitávelmente, ao seu empobrecimento generalizado e pelo aumentar do desemprego até à queda na exclusão social e para o evitar, terão que se incorporar, na luta mais geral das camadas inferiores do proletariado e da população pobre trabalhadora contra o sistema de exploração capitalista.

PERANTE ESTA OFENSIVA BRUTAL DO GOVERNO, COMO REAGIRAM E O QUE PROPÕEM OS PARTIDOS DA ESQUERDA DO SISTEMA CAPITALISTA.
A sua reacção imediata foi de denúncia das medidas de austeridade, aliás, pela brutalidade das medidas outra coisa não se esperaria, visto que até o próprio governo e os outros partidos do capital o P"SD" e o C"DS" as "consideram" demagógicamente como tal.

Mas em vez, (já que têm uma representação parlamentar importante, pois representam quase 1 milhão de eleitores) de utilizar essa denúcia e o REPÚDIO TOTAL pelas medidas anti-sociais e anti-laborais e da tribuna parlamentar chamar os trabalhadores à luta imediata contra tal politica, a exemplo do que tem vindo a acontecer em França, na Grécia e em outros paises da europa, reduzem os seus discursos à exigência de uma melhor EQUIDADE na distribuição dos custos da crise, (como se o governo e a burguesia capitalista fossem nessa conversa) e na apresentação de propostas económicas e politicas,(Plano Finânceiro, apresentado pelo B.E e o programa por um "Portugal a produzir!"apresentado pelo PCP) que se enquadram perfeitamente no actual quadro de medidas com que o governo e a burguesia capitalista pretendem implementar para combater a crise económica, planos esses que visam dar um maior controlo e eficiência fiscal e um maior apoio às empresas (aos capitalistas) e ao desenvolvimento do próprio capitalismo.

Dirão, mas já não convocámos através dos nossos sindicalistas uma Greve Geral a realizar em 24 de Novembro e outras formas de luta até lá? Sim é verdade e nós saudamo-las, mas é preciso dizer que a Greve Geral só foi convocada porque as medidas apresentadas de tão BRUTAIS que são, JÁ não deixavam outra margem de manobra que fosse e a provar isso estão as politicas anti-sociais e anti-laborais dos governos capitalistas anteriores, os baixos salários que se permitiu existir durante décadas, as pensões miseráveis, o desemprego e a precariedade laboral, a exclusão social a que estão a submeter dezenas de milhares de jovens e o perto de 3 milhões de pessoas a viver abaixo dos limites, que eles consideram de pobreza e os PECs anteriores, politicas estas que foram aplicadas ao longo de anos, sem práticamente uma oposição digna desse nome e daí agora a ARROGÂNCIA POLITICA com que o governo apresenta este Orçamento do Estado e as medidas reaccionárias do futuro PEC III.

Consultem o Plano financeiro apresentado pelo BE e o programa por um "Portugal a produzir!" apresentado pelo PCP e ver vão se não temos razão. Não é por acaso que fazem afirmações do tipo: "Não queremos que o Governo (capitalista) caia, mas antes que se faça uma ruptura com esta politca." Como se o governo capitalista podesse fazer outra coisa, que não seja defender os interesses económicos da burguesia capitalista e se o combate que se tem que fazer a esta politica reaccionária, não tenha que passar necessáriamente pelo combate ao próprio governo.

VIVA A GREVE GERAL !

O aparecimento de vários anúncios de manifestações e greves sectoriais, que não estavam previstas antes da realização da Greve Geral de 24 de Novembro, são importantíssimos e um sintoma de que as direcções sindicais até agora com uma atitude bastante passiva e moderada, estão a ser bastante pressionadas não só pela BRUTALIDADE das politicas anti-sociais do governo, como mesmo pelos trabalhadores que não estão dispostos a aceitar mais sacríficios em pról dos interesses da burguesia capitalista e financeira e a acontecer, é um factor que nos permite concluir que a Greve Geral vai ter uma forte mobilização e participação, no entanto, é necessário compreender-mos e a exemplo das situações de luta passada que permitiu ao governo prosseguir a sua politica reaccionária, que um dia de Greve Geral não será suficiente para o derrotar-mos nem mesmo para o fazer recuar nesta enorme ofensiva contra o proletariado e contra a população pobre trabalhadora e aposentada, é necessário que se apresente no próprio dia 24 de Nov., novas iniciativas de luta mais radicais a levar à prática imediatamente, neste sentido os trabalhadores nos seus locais de trabalho, devem de exercer o MÁXIMO de PRESSÃO sobre os seus delegados e direcções sindicais.

É ainda muito importante, até fundamental, que os trabalhadores desempregados se incorporem nestas acções de protesto, de forma organizada e levantem, as suas reivindicações, particularmente a redução dos horários de trabalho para que TODOS possam ter trabalho e os APOIOS SOCIAIS necessários enquanto se mantiverem desempregados e ajudem a levar esta luta para fazer recuar o governo capitalista, o mais longe possível contra o próprio capitalismo e pela abertura de uma perspectiva socialista revolucionária proletária que garanta os interesses de emancipação do proletariado.

sábado, 16 de outubro de 2010

Greve Geral para 24 de Novembro ! Por que não mais cedo?

Enquanto em França, na Grécia e em outros países da Europa se luta diariamente contra as politicas anti-sociais de austeridade dos governos capitalistas, em Portugal as direcções das centrais sindicais, em vez de convocar de imediato os trabalhadores para uma resposta pronta, remetem-se para uma Greve Geral para dois meses depois de serem anunciadas as medidas anti-sociais de austeridade. Medidas reconhecidas por todos como gravíssimas e com consequências sociais profundas para as famílias dos trabalhadores e de amplas camadas da população trabalhadora, criando assim todas as possibilidades ao governo e à burguesia capitalista de as ver aprovadas no Parlamento e colocadas em prática.


É exactamente por se agir desta forma pacífica, sem audácia politica revolucionária, e não ter na devida conta os interesses do proletariado, que as politicas reaccionárias contidas no PEC I e II passaram sem que o governo tivesse problemas de maior. E esteja agora mais à vontade para fazer os trabalhadores e o povo pagar a crise económica capitalista, através de um novo ataque com maiores consequências que os anteriores.
Saudamos a Greve Geral, mas não deixamos de criticar os dirigentes das duas centrais sindicais, quando pretendem misturar na mesma luta os interesses dos trabalhadores com os dos capitalistas, quando afirmam: “os trabalhadores estão dispostos a colaborar para o desenvolvimento da economia (capitalista, pois é disso que se trata)” (Carvalho da Silva) ou “é preciso deixar bem claro que estamos contra as medidas de austeridade, mas não estamos contra o governo (João Proença) - realmente, mais clareza do que esta, de facto, não é preciso ter, para se saber de que lado está a UGT. Ou quando propõem, nos seus programas reivindicativos, o apoio e a exigência do desenvolvimento da economia capitalista, como forma de combate à crise económica, quando se sabe que todas as chagas sociais são consequências que decorrem do processo de produção capitalista e do desenvolvimento do capitalismo que não tem em conta as necessidades sociais do proletariado e das outras camadas da população trabalhadora.


Nós dizemos, o proletariado não tem que estar contra a crise económica produzida pelo sistema capitalista; pelo contrário, deve aproveitar todas as contradições dela decorrente e organizar-se para lutar contra todas as suas consequências e neste sentido levar a sua luta o mais longe possível contra o capitalismo.


Assim temos consciência que um dia de Greve Geral não vai ser suficiente para derrotar as politicas anti-sociais de austeridade do governo capitalista, nem mesmo para o fazer recuar. É necessário que os trabalhadores, particularmente os mais combativos e conscientes, tendo em conta as lutas INCONSEQUENTES do passado bem recente, que exerçam pressão politica sobre os delegados e dirigentes sindicais, a começar pela Função Pública por ser o sector mais atingido neste momento, e os obriguem a convocar formas de luta, e a partir de JÁ.


Luta que deve passar, sem qualquer tipo de hesitação, pela Greve Geral em TODA a função pública e ampliá-la a todos os sindicatos do sector privado, promovendo manifestações e concentrações para todas as cidades e vilas do País onde seja possível fazê-lo. No sentido de se mobilizar e elevar a consciência politica e de classe do proletariado e das amplas massas da população trabalhadora, afim de as preparar para uma luta continuada, longa e radical a travar contra a demagogia e as politicas do governo capitalista e das associações patronais; que já espreitam a oportunidade e o momento não só para fazer estender estas medidas de austeridade ao sector privado, como mesmo para não cumprirem com o acordo, estabelecido há quatro anos com as centrais sindicais, sobre o Salário Mínimo Nacional.


Derrotemos as políticas anti-sociais de austeridade do governo capitalista!


Não à colaboração de classes com o governo e com as associações capitalistas!


Viva a Greve Geral!